quarta-feira, 20 de junho de 2012

Chão de Mármore

                                                  Sarah Kelly Andrade de Almeida - 9o " A" PCC  

     Em uma grande cidade de São Paulo, vivia uma garota de 15 anos, chamada Alice, que morava com seus pais em uma pequena vila. Embora não tivessem muitas condições, seus pais prezavam muito pela educação de sua filha, assim, desde pequena, a garota sempre estudou em boas escolas particulares e era motivo de orgulho para sua família.
      Certo dia, ao chegar da escola, ficou sabendo que seu pai havia sido demitido. Conversou com eles e decidiu que iria procurar um emprego. Na manhã seguinte, faltou a aula e foi em busca de trabalho, encontrando-o num shopping, como faxineira, enquanto seu pai conseguiu emprego como gari.
       Como Alice estudava pela manhã, ela trabalhava à tarde e sempre que suas amigas lhe chamavam para sair, ela dava uma desculpa, mas nunca contava em que trabalhava. Certo dia, ela estava limpando o chão de uma loja, quando avistou de longe suas amigas Patrícia e Sofia. Alice continuou o seu trabalho e as meninas foram se aproximando, porém, parecia que ela havia se tornado invisível, suas amigas passaram do seu lado, mas nem sequer olharam para ela. Alice sentiu uma tristeza profunda que só aumentou quando ao chegar em casa, depois do expediente, soube que seu pai havia passado por uma situação parecida: ele estava varrendo a rua, vestido de gari e viu um velho amigo, acenou para o homem, mas não obteve resposta.
       No dia seguinte, na escola, Alice foi falar com Patrícia e Sofia. Então a garota disse:
       
      -Vocês viram uma garota vestida com uniforme de faxineira, ontem, no shopping?
      -Não, faz tempo que não vemos uma faxineira e por que você está perguntando isso
      -Por nada não, mas é que essa faxineira que vocês disseram não ter visto, era eu.
      
     Naquele instante, um silêncio se propagou pelo ambiente e Alice percebeu que aquele acontecimento marcava o caos em que a sociedade se encontrava, percebeu que a vida era realmente muito dura, assim como o chão de mármore que ela limpava.


Um comentário:

  1. Elisangella Oliveira20 de junho de 2012 às 20:55

    Sarah Kelly, gostei muito do seu texto.Você conseguiu apresentar de forma clara e coerente um dos tipos de preconceito existente em nossa hipócrita e medíocre sociedade.

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