segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pelas ruas da invisibilidade


        Gabrielle Letícia Albuquerque Silva - 9° "A",  PCC

           Era mais um dia comum, igual a todos os outros. Joaquim mantinha-se deitado, vendo o sol clarear aquela manhã tão bonita. As pessoas acordando, indo para seus trabalhos e os jovens caminhando em direção às escolas. Ele ficava feliz por saber que alguém estava tendo a chance que nunca tivera.
         Estava na hora de levantar. Recolheu seu papelão, que lhe servia como cama, e pegou a sua carroça, a sua única fonte de renda. Para Joaquim, já tinha se tornado comum, normal, andar pelas ruas sem ser notado, passar pelas pessoas e ser ignorado.
         Todos os dias, ele passava em frente a uma loteria, mas, nunca acreditava que pudesse ganhar algum prêmio. No dia anterior, ele havia vendido latinhas para uma fábrica que utilizava materiais recicláveis e ainda estava com algumas moedas em seu bolso. Encheu seu coração de esperança e entrou na loteria. Ele viu pessoas eufóricas fazendo as suas apostas. Joaquim estranhou o comportamento das pessoas, parecia que elas não o viam. Sim, aquilo era comum, mas, ele acreditava que ainda era alguém e que merecia ser atendido. Tentou comprar o bilhete e a moça o ignorava, como se ele não estivesse ali. Ele implorava para que ela o atendesse. Começou a gelar as mãos e a tremer, ficou pálido. Aproximou-se da loucura. Joaquim, ainda atordoado, pensou: “Será que eu sou mesmo invisível?” O pânico se abateu sobre ele e saiu da loteria gritando:
            - Alguém consegue me ver? Por favor, respondam!
            E apenas o eco de sua voz voltava.
      Após este fato, ele nunca mais foi o mesmo. O seu destino foi vagar sozinho, empurrando a sua carroça pelas ruas da invisibilidade.





Nenhum comentário:

Postar um comentário