Gabrielle Letícia Albuquerque Silva - 9° "A", PCC
Era mais um dia comum, igual a todos os outros. Joaquim mantinha-se deitado,
vendo o sol clarear aquela manhã tão bonita. As pessoas acordando, indo para
seus trabalhos e os jovens caminhando em direção às escolas. Ele ficava feliz
por saber que alguém estava tendo a chance que nunca tivera.
Estava na hora de levantar.
Recolheu seu papelão, que lhe servia como cama, e pegou a sua carroça, a sua
única fonte de renda. Para Joaquim, já tinha se tornado comum, normal, andar pelas
ruas sem ser notado, passar pelas pessoas e ser ignorado.
Todos os dias, ele passava
em frente a uma loteria, mas, nunca acreditava que pudesse ganhar algum prêmio.
No dia anterior, ele havia vendido latinhas para uma fábrica que utilizava
materiais recicláveis e ainda estava com algumas moedas em seu bolso. Encheu seu
coração de esperança e entrou na loteria. Ele viu pessoas eufóricas fazendo as
suas apostas. Joaquim estranhou o comportamento das pessoas, parecia que elas
não o viam. Sim, aquilo era comum, mas, ele acreditava que ainda era alguém e
que merecia ser atendido. Tentou comprar o bilhete e a moça o ignorava, como se
ele não estivesse ali. Ele implorava para que ela o atendesse. Começou a gelar
as mãos e a tremer, ficou pálido. Aproximou-se da loucura. Joaquim, ainda
atordoado, pensou: “Será que eu sou mesmo invisível?” O pânico se abateu sobre
ele e saiu da loteria gritando:
- Alguém consegue me ver?
Por favor, respondam!
E apenas o eco de sua voz
voltava.
Após este fato, ele nunca
mais foi o mesmo. O seu destino foi vagar sozinho, empurrando a sua carroça
pelas ruas da invisibilidade.
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