Os contos maravilhosos no País do Sertão
1º Cena
MENINA DOS FÓSCORU: (entrando na sala, cantando)
Dia... flores do dia!!!
É com muita alegria
Que faço a cortesia
Sô a Menina dos Fóscoru
A guria mais trabaiadêra desse sertão
Cunhecida tumbém por causa de minha buniteza
Tô cansada de trabaiá trabaiá
Vô estudá
Promode viajá
Aproveitá as beleza desses lugá
Vô estudá
Ser argúem na vida!
(vai em direção ao livro mágico e começa a ler). Era uma vez os contos maravilhosos no País do Sertão (lendo)...
SINIM 1: (aparece jogando estrelinhas)
SINIM 2: (aparece jogando estrelinhas)
PITER PÃO: (aparece, fazendo piruetas)
2º Cena
GATA DE BOTAS: Num lugar (miau) muito distante (miau), no país do sertão (miau), vivia uma menina chamada Branquinha, (miau) Branquinha de Fome...
SUFRIDA DRASTA: Oh gata chata, essa Gata de Botas, corda eu toda manhazinha cantando no pé do vido (refletindo) mai tinha mermo que cordá pra trabaiá, coiê as plantaçãm.
GATA DE BOTAS: Essa Sufrida Drasta (miau) é chata e feia! (miau)
MARIA PÉ DE FEIJÃO: (aparece, vai até o balaio, coloca- lhe uma mordaça na boca)
SUFRIDA DRASTA: (procurando a enxada) aonde tá meu balaio?
MARIA PÉ DE FEIJÃO: (esconde-se, assustada)
BALAIO MÁGICO (MARIA PÉ DE FEIJÃO): tava me procurando?
SUFRIDA DRASTA: claro, bora, avexe...
BALAIO MÁGICO (MARIA PÉ DE FEIJÃO): se avexe não...(cantando)
SUFRIDA DRASTA: vexo sim, diga Balaio Balaio meu, tem argúem mais trabaidêra neste País do Sertão?
BALAIO MÁGICO (MARIA PÉ DE FEIJÃO): oxente tem sim Branquinha de Fome! (sai cantando) se avexe não...
GATA DE BOTAS: miau...(sai de cena)
SUFRIDA DRASTA: (indignada, resmunga de um lado para outro)
3º Cena
(Entram os 14 Sabidam cantando)
7 SABIDAM: Nois vai nos vai, trabaiá nos vai (cantando)
7 SABIDAM: Nois vai nos vai, trabaiá nos vai (cantando)
SUFRIDA DRASTA: Pera, quem são ocês?
14 SABIDAM: os Sabidam
SUFRIDA DRASTA: mas, ôces eram apenas sete...
7 SABIDAM: é, mas a Menina dos Fóscoru tá com tanta fome que viu noi dobradu!
7 SABIDAM: e viu noi grande!
14 SABIDAM: Nois vai nos vai, trabaiá nos vai (saem cantando)
SUFRIDA DRASTA: então Branquinha tá sozinha na casa dos Sabidam (sai gargalhando)
4º Cena
ALIZE: Pera, essa história tá toda atrapaiada
GATA DE BOTAS: que tá contecendo aqui, Alize?
ALIZE: é Alice! (irritada)
GATA DE BOTAS: oxe (miau), tá certo, Alize!
ALIZE: é Alice! (irritada) E que história é essa de Contos Maravilhosos no País do Sertão?
GATA DE BOTAS: oxe miau Alize!
ALIZE: é Alice! (irritada) E Sertão não é país!
GATA DE BOTAS: oxente... miau... Alize, pare de trapaiá... miau
ALIZE: é Alice! (sai irritada)
5º Cena
GATA DE BOTAS: miau... e assim continua a história...
PINÓQUIA: (aparecendo vagarosamente) Hey, hey... eu sei proque ela tá arretada das cacholas!
GATA DE BOTAS: miau... e tem como confiar em ocê, Pinóquia?
PINÓQUIA: craro!
GATA DE BOTAS: miau... que não!
PINÓQUIA: craro que sim! Oia, tudo começó quando a Menina dos Fóscuru começó a ler Os Contos Maravilhosos, as história ficaram quinem a fome da pobrezinha!
GATA DE BOTAS: miau... ficaram como... miau?
PINÓQUIA: Durmicida perdeu seu sapatin no Sertão; Raponzele ficou careca; Branquinha morreu de tanta fome, sem ter príncipe que desse jeito...
GATA DE BOTAS: miau... ocê tá mintindo!
PINÓQUIA: oxente, to não! Alize só vive estressada; Vermeinha ficou marela!
GATA DE BOTAS: miau... pare, seu nariz tá crescendo!
PINÓQUIA: mentira mentira (sai gritando)...
GATA DE BOTAS: miau... Pinóquia não aprende não miau (sai de cena)!
6º Cena
MENINA DOS FÓSCURU: (cantando)
Meu alimento é a história
Ela me traz a Glória
Só quero alcançar a Vitória
No Sertão que a gente mora!
SINIM 1: (aparece jogando estrelinhas)
SINIM 2: (aparece jogando estrelinhas)
PITER PÃO: (aparece, fazendo piruetas)
7º Cena
BRANQUINHA: eita que é hoje! Só no arrasta chinelo, vou aproveitá que tô suzinha para fazer a festança na casa dos Anam!
AS TRÊS POUQUINHA: Ah, o Lobo Cangaceiro, Lobo Cangaceiro (gritando) (2x)
(Lobo Cangaceiro aparece correndo atrás das Pouquinhas)
BRANQUINHA: Pera, quem são ocês?
AS TRÊS POUQUINHAS: As Três Pouquinhas
BRANQUINHA: Co saiba ocês era Três Porquim gordim gordim
POUQUINHA 1: é, mai as coisa aqui é pouca demais... tem mai poico naum
POUQUINHA 2: nem rancho nois tem mais pra o Lobo Cangaceiro soprá...
POUQUINHA 3: agora ele quer soprá noi
POUQUINHA 1: de fartura por aqui só noi...
POUQUINHA 2: é que farta tudo!!!
LOBO CANGACEIRO: (sai correndo e assoprando atrás das Pouquinhas)
AS TRÊS POUQUINHA: Ah, o Lobo Cangaceiro, Lobo Cangaceiro (gritando)
MENINA DOS FÓSCURU: e enquanto as Pouquinhas corriam para se defender do Lobo Cangaceiro, Branquinha planejava o forró na casa dos Sabidam!
8º Cena
VERMEINHA: pelo sertão afora eu vou bem suzinha, levá as rapadura pra vovoinha!
BRANQUINHA: Vermeinha Vermeinha...
DURMICIDA: Vermeinha Vermeinha...
VOINHA: Vermeinha, minha fia cuidado nesse sertão afora, os cangaceiro tão a sorta!
VERMEINHA: aonde Vovoinha, aonde?
BRANQUINHA: é bom mermo saber aonde, promode convidar eles pro furró hoje à noite na casa dos Sabidam.
(enquanto Branquinha fala, Durmicida dorme, Vermeinha olha as rapaduras e dá para a Vovoinha).
FLURINDA BELA: (aparece e fica escutando)
BRANQUINHA: e todas ocês tão convidadas.
FLURINDA BELA: (saindo do esconderijo, gritando ao celular) Princesa Tiane minha filha, num te conto!
PRINCESA TIANE: (entrando, falando ao celular) oxente, agora que começó conte logo, Flurinda Bela!
BRANQUINHA: só no arrasta chinelo hoje à noitinha na casa dos Sabidam!
(entra a Gatinha de Botas, demais personagens saem de cena)
GATINHA DE BOTAS: miau... e agora que as princesas do Sertão sabiam do forró miau..., Branquinha cuidou de convidar princesas e príncipes do interior do Sertão miau.
9º Cena
RAPONZELE: Cadê meu pente? (entra, gritando)
CINDERLA: O que foi oxente? (gritando)
RAPONZELE: Meu pente sumiu!
CINDERLA: Rá rá rá... é só um pente oxente!
RAPONZELE: foi ocê que pegó
CINDERLA: foi ocê que perdeu
RAPONZELE: ocê
CINDERLA: ocê
RAPONZELE: ocê
CINDERLA: ohh
RAPONZELE: PARA! Por que a gente tá arengando?
CINDERLA: ocê que começo
RAPONZELE: ocê (2x)
CINDERLA: ocê (2x)
RAPONZELE: PARA, eu vou drumi
CINDERLA: Não vai nada, tem trabaio pra faze
RAPONZELE: eu não vô faze (3x)
CINDERLA: vai sim (3x)
RAPONZELE: vô dizer a mainha
CINDERLA: vô dizer a painha
RAPONZELE: mainhaaaaaaa (gritando)
FEIONA: (aparece)
CINDERLA: painhaaaaaa (gritando)
CHERQUE: (aparece)
RAPONZELE: PARA, eu vô
CINDERLA: eu sabia que ocê ia se chamasse painha!
RAPONZELE: tá vamo trabaiá logo oxente!!! (ficam mais ao fundo juntamente com sua irmã Cinderla)
FEIONA: Cherque, ocê sabe pruque chamaram a gente?
CHERQUE: sei não, Feiona, minha linda!
(delicadamente e amorosamente se olham e saem de cena)
10º Cena
MENINA DOS FÓSCURU: E então foram Raponzele e Cinderla trabalhar...
RAPONZELE: (para e pensa) sabe o que eu queria mermo?
CINDERLA: diga oxente... deve de ser importante que parô de trabaiá...
RAPONZELE: eu queria mermo era casá com um cangaceiro valente e bunito
CINDERLA: mai oxente é muito perigoso, vai que ele não goste de tu?
RAPONZELE: oxe sabe de uma coisa, vamo vortá a trabaiá!
CINDERLA: É, tem mai futuro (pensando) mai cadê memo seu pente?
RAPONZELE: oxe acho que mainha pego!
CINDERLA: e ocê dizendo que fui eu oxe!
RAPONZELE: é mai tu sabe que te amo, né?
CINDERLA: inda bem!
11º Cena
MENINA DOS FÓSCURU: não longe de onde as meninas estavam, no acampamento do cangaceiro, o capitão prosa com suas puiguinhas!
LOBO DO CANGAÇO: Raladim, meu fio, temo que arrumá uma noiva pra tu, oxe já sei quem arrumá!
RALADIM: quem, painha?
LOBO DO CANGAÇO: as fias de Cherque e de Feiona!
RALADIM: oxente é logo dua (animado)
LOBO DO CANGAÇO: ocê tem quantos pin... nico lá em casa?
RALADIM: Um, painha!
LOBO DO CANGAÇO: oxente
12º Cena
MENINA DOS FÓSCURU: Enquanto o capitão prosa com o pai das mininas...
(Lobo do Cangaço e Cherque ficam conversando)
RALADIM: Cinderla encaiaca é ocê?
RAPONZELE: é ela memo?
CINDERLA: é ocê que é encaida, porque eu vô me casar com o Príncipe Durmicido
RAPONZELE: Ah, é memo.
RAPONZELE: é um príncipe que gostô dela quando ela vei pra cá... ai que eu to encaiada.
BRANQUINHA: Raponzele Raponzele... Cinderla Cinderla... (entra gritando)
CINDERLA: Branquinha!
RAPONZELE: Branquinha!
BRANQUINHA: Vou faze um furró na casa dos Sabidam hoje à noite, ocês três estão convidados!
MENINA DOS FÓSCURU: Enquanto todos se preparavam para o forró, Branquinha descansava para não desmaiar de fome.
(demais personagens saem de cena)
13º Cena
SUFRIDA DRASTA: (entra gargalhando) então Branquinha está suzinha... (vai em direção a Branquinha) oh de casa (imitando voz suave).
BRANQUINHA: quem é a senhora?
SUFRIDA DRASTA: uma vendedora de rapadura precisando de um trocadim, minha fia!
BRANQUINHA: não tenho dinheiro, vendedora!
SUFRIDA DRASTA: não faz mal, minha fia, vou lhe dar um pouco de rapadura, porque vejo que você está com muita fome!
MENINA DOS FÓSCURU: Branquinha se deixou vencer pela fome, comeu a rapadura envenenada pela Sufrida Drasta e caiu em sono profundo!
SUFRIDA DRASTA: (sai de cena gargalhando)
14º Cena
SAPO/ PRÍNCIPE: ueber... ueber...
MENINA DOS FÓSCURU: para a sorte de Branquinha, seus convidados começavam a chegar para o forró, a primeira de todas as princesas foi a Princesa Tiana!
PRINCESA TIANA: (entra falando ao celular) Durmicida num te conto, ai que vergonha chegar no forró sozinha! (vendo o sapo) pera, já ligo!
SAPO/ PRÍNCIPE: ueber ueber
PRINCESA TIANA: mai oia que qui esse sapo tá fazeno aqui? Oxente se isso fosse um conto maravilhoso, cum bejo meu, esse sapo viraria princi e eu num entraria suzinha no furró de Branquinha (se aproxima do sapo) ai que nojo!
SAPO/ PRÍNCIPE: ueber... ueber
PRINCESA TIANA: ai que nojo! (se aproxima e beija)
MENINA DOS FÓSCURU: naquele instante, algo de mágico aconteceu...
SINIM 1: (aparece jogando estrelinhas)
SINIM 2: (aparece jogando estrelinhas)
PITER PÃO: (aparece, fazendo piruetas)
SAPO/ PRÍNCIPE: (transforma-se em príncipe) ueber... ueber... Princesa!
PRINCESA TIANA: Príncipe, ocê vei pra ser meu par no furró?
SAPO/ PRÍNCIPE: craro que não, você tava com nojo de mim... eu vim foi sarvar Branquinha!
PRINCESA TIANE: mai...
15º Cena
DURMICIDO PRÍNCIPE: (aparece gritando, entusiasmado) Princesa Princesa, não se apreocupe, eu tenho um presente procê (tira o presente do seu travesseiro).
PRINCESA TIANA: pra mim?
CINDERLA: (aparece gritando, indignada) oxente, num credito... ocê dano presente pra ela!
RAPONZELE: Cinderla Cinderla pega o presente proce se não ocê fica encaiada pra sempre.
PRINCESA TIANA: oxente Cinderla, o presente é pra mim!
DURMICIDO PRÍNCIPE: a minha princesa será aquela que o presente melhor cuber.
CINDERLA: craro que vai ser nimim!
PRINCESA TIANA: nimim!
DURMICIDO PRÍNCIPE: (dirigindo-se a Tiana) Coloque na cabeça, Princesa Tiana!
PRINCESA TIANA: (colocando o chifre) uia aí parece que num tá cabenu!
DURMICIDO PRÍNCIPE: Tiana, ocê num é minha princesa!
CINDERLA: craro que sou eu!
RAPONZELE: (entrando) pêra, tumbem quero provar
FEIONA: (entrando) carma, fia mia num fura oi de fia mia!
CHERQUE: (entrando) é isso mermo muié!
RALADIM: carma, posso realizar um desejo de argúem!
PRINCESA TIANA: o meu!
CINDERLA: o meu!
RAPONZELE: craro que o meu!
MENINA DOS FÓSFURU: Enquanto todos discutiam, Príncipe Durmicido colocava o lindo presente na cabeça de sua amada!
CINDERLA: sou eu, sou eu! Sou eu a princesa! (gritando de alegria)
FEIONA: mia fia é a princesa!
CHERQUE: mia fia é a princesa!
RAPONZELE: é osso!!!
DURMICIDO PRÍNCIPE: minha princesa!
PRINCESA TIANA: é osso!
(todos saem, exceto Raponzele e Raladim)
16º Cena
RALADIM: Raponzele, ocê inda pode fazer um pedido...
RAPONZELE: é memo!
SAPO/PRÍNCIPE: ueber ueber eu que vô fazé...quero cordar Branquinha!
RAPONZELE: ocê é um príncipe ou um sapo?
SAPO/PRÍNCIPE: as dua coisas!
RALADIM: ocê beje Branquinha, seje Príncipe!
MENINA DOS FÓSFURU: e naquele instante, o Príncipe Sapo se encheu de si, olhou para sua amada e a beijou, coisas mágicas aconteceram!
SINIM 1: (aparece jogando estrelinhas)
SINIM 2: (aparece jogando estrelinhas)
PITER PÃO: (aparece, fazendo piruetas)
BRANQUINHA: meu Príncipe! Ai ai... meu furró!
RAPONZELE: carma inda tenho um pedido a fazer!
RALADIM: craro, basta ralar aqui!
RAPONZELE: quero me casar cum lindo príncipe!
PRÍNCIPE DURMICIDO: (entra procurando Raponzele) é ocê que vai casar comigo!
DURMICIDA: né não, ele vai se casar comigo!
FLURINDA BELA: é comigo!
VERMEINHA: Flurinda Bela e Durmicida, ele se casa comigo!
PRINCESA TIANA: meu príncipe!
PRÍNCIPE DURMICIDO: minha Princesa!
CINDERLA: oxente, o chifre já era meu!
BRANQUINHA: carma, que o forró já vai cumeçar!
MARIA PÉ DO FEIJÃO: se avexe não...
(música ao fundo, todos dançam)
MENINA DOS FÓSFURU: naquele momento, as intrigas e desavenças nos contos maravilhosos se acabaram, todos dançaram e comeram bastante rapadura naquele dia, e viveram felizes para sempre, sempre...
(personagens saem de cena)
SINIM 1: (aparece jogando estrelinhas) sempre...
SINIM 2: (aparece jogando estrelinhas) sempre...
PITER PÃO: (aparece, fazendo piruetas) era uma vez, todos felizes no País do Sertão!
OBSERVAÇÕES: 1. O texto teatral apresentado é resultado de produções textuais dos alunos realizadas em sala de aula; 2. algumas palavras são escritas em itálico por não estarem de acordo com a variedade formal/culta da língua portuguesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário