sábado, 16 de junho de 2012

História de Estagiário (ADAPTADA)


O conto a seguir circula pela internet com autoria desconhecida, senti a necessidade de fazer algumas modificações, retirando palavras de baixo calão, vejamos:




Como estagiário, aprendi milhões de coisas e fui muito bem sucedido nas minhas funções. Juro que não entendo o porquê de me demitirem… Eu tinha várias funções que fazia com excelência, entre elas: tirar xerox: 3.1 segundos por página; passar café; comprar cigarro e pão: 1 minuto e 27 segundos. Ida e volta; fazer jogos na Mega Sena, Dupla-Sena, Loto fácil, Loteria Esportiva…
Eu era muito bom. Mesmo. Fazia tudo certinho, até que peguei uma certa confiança com o pessoal e resolvi fazer uma brincadeirinha inocente.
É impressionante o nível de stress em um ambiente de trabalho. Quis dar uma amenizada na galera, deixar o povo feliz e fui recompensado com uma bela de uma demissão por justa causa. Sacanagem!
Vou contar toda minha rotina desse dia catastrófico:
Era quinta-feira, 26 de março, quando cheguei ao trabalho.
Nesse dia, passei na padaria no meio do caminho. Demonstrando muita proatividade, comprei pão e três Marlboro. Já queria ter na mão sem nem mesmo me pedirem. Quando abri a agência (sim, me deixam com a chave porque o pessoal só começa a chegar lá pelas 11h), já vi uma montanha de folhas para eu xerocar na minha mesa. Xeroquei tudo, fiz café e deixei tudo nos trinques (minha mãe que usa essa gíria rs). Como tinha saído um pouco mais cedo no outro dia, deixaram um recado na minha mesa: “pegar o resultado da mega-sena na lotérica”. Como tinha adiantado tudo, fui buscar o resultado. No meio do caminho, tive a ideia mais genial da minha.
Peguei o resultado do jogo: 01/12/14/16/37/45. E o que fiz? Malandro que sou, peguei uns trocados e fiz uma aposta igual a essa. Joguei nos mesmos números, porque, na minha cabeça claro, minha brilhante ideia renderia boas risadas.
Levei os 2 papeizinhos (o resultado do sorteio e minha aposta) para a agência novamente. Ainda ninguém tinha dado as caras. Como sabia onde o pessoal guardava os papeis das apostas, coloquei o jogo que fiz no bolinho e deixei o papel do resultado à parte.
O pessoal foi chegando e quase ninguém se importou com os jogos. Da minha mesa, eu ficava observando tudo, até o Daniel começar a conferir. Como eu realmente queria deixa-lo feliz, coloquei a aposta que fiz naquele dia por último do bolinho, que deveria ter umas 40 apostas. Coitado, a cada volante que ele passava, eu notava a desolação dele. Foi quando ele chegou ao último papel. Já quase dormindo em cima do papel, vi-o riscando 1, 2, 3, 4, 5, 6 números. Ele deu um pulo e conferiu de novo. Esfregou os olhos e conferiu de novo. Estava ridículo, mas eu estava me divertindo. Deu um toque no o Rogério, para conferir também.
Ele olhou, conferiu e gritou:
- “ESTAMOS RICO”. Subiu na mesa, abaixou e começou a fazer girocóptero.
Isso gerou um burburinho em toda a agência e todo mundo veio ver o que estava acontecendo. Umas vinte pessoas faziam esse esquema de apostar conjuntamente. Oito delas, logo que souberam, não hesitaram: correram para o chefe e todas as atrocidades que lhes vinham à cabeça..
No meu canto, eu ria exageradamente. Todos parabenizando os ganhadores (leia-se: falsidade reinando, quero um pouco do seu dinheiro), com uns correndo pelados pela agência e outros sendo levados pela ambulância para o hospital devido às fortes dores no coração que sentiram com a notícia.
Como eu não conseguia parar de rir, uma vaquinha veio perguntar do que eu ria tanto. Eu disse:
- Esse jogo que ele conferiu, fiz hoje de manhã.
A vaca me fuzilou com os olhos e gritou:
- PAREM TUDO, ESSE JOGO FOI UMA MENTIRA. UMA BRINCADEIRA DE MAU GOSTO DO ESTAGIÁRIO!
Todos realmente pararam olhando para ela. Alguns com a feição de “quê?” e outros de “ela está brincando”. O que estava com o bilhete na mão, cujo nome desconheço, olhou o papel e viu que a data do jogo era de 27/03.
O silêncio estava absurdo e só eu continuava rindo. Ele só disse bem baixo:
- É…é de hoje.
Nesse momento, parei de rir, porque as expressões de felicidade mudaram para expressões de ‘vou te matar’. Corri… corri tanto que nem quando eu estive com a maior disenteria do mundo eu consegui chegar tão rápido ao banheiro. Tranquei-me por lá ao som de “estagiário safado”, “vou te matar”. Essa a última foi do peladão!
Eu realmente tinha conseguido o feito de deixar aquelas pessoas com corações vazios, cheios de nada, se sentirem feliz uma vez na vida. Deveriam me dar uma medalha por eu conseguir aquele feito inédito. Mas não… só tentaram me linchar e colocaram um carimbo gigante na minha carteira de trabalho de demissão por justa causa. Belos companheiros!
Pelo menos levei mais oito pessoas comigo! Quem manda serem mal educados com o chefe. Eu não tive culpa alguma na demissão deles. Pena que agora eles me juraram de morte… agora estou rindo de nervoso. Falei aqui em casa que fui demitido por corte de verba (consegui justificar dizendo que mandaram mais oito embora) e que as ligações que tenho recebido são meus amigos da faculdade passando trote. Eu supero isso vivendo, tenho certeza.
É, amigos, descobri com isso que não se pode brincar em serviço mesmo…

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